sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Especialistas calculam em Altamira perímetro que pode ser alagado com Belo Monte

Medição está sendo feita a pedido do MPF, para checar dados dos Estudos de Impacto e acompanhar deslocamento de população se a usina for mesmo construída

Professores de engenharia ligados à Universidade Federal do Pará fizeram essa semana, a pedido do Ministério Público Federal, medições em Altamira para determinar quais áreas da cidade ficarão submersas na época da cheia, se as barragens da usina de Belo Monte forem mesmo construídas. Um dos reservatórios da usina será em frente à sede do município, que é banhada pelo rio Xingu.

O trabalho faz parte de uma das investigações do MPF sobre o projeto e foi necessário pela falta de diálogo dos empreendedores com a população possivelmente afetada e por causa de dúvidas que permanecem sobre os dados apresentados nos Estudos de Impacto Ambiental.

A população das áreas mais baixas da cidade se queixa ao MPF que nenhuma medida foi tomada, nem informação distribuída, sobre o deslocamento da população atingida ou indenizações, como está expressamente previsto na Licença Prévia concedida pelo Ibama para o empreendimento.

De acordo com o EIA de Belo Monte, seriam cerca de 16 mil pessoas, mas professores de universidades brasileiras que analisaram criticamente as informações questionam os métodos do levantamento e acreditam em subdimensionamento. O MPF quer se certificar da questão e deve, com base nas informações da UFPA, acompanhar de perto os impactos aos moradores.

O trabalho dos professores André Montenegro, Andréia Conduru e Júlio Aguiar é um levantamento topográfico planialtimétrico que vai materializar, no núcleo urbano de Altamira, pontos na cota 100 – a 100 metros de altitude em relação ao nível do mar, limite abaixo do qual, segundo o projeto de Belo Monte, poderá haver inundação.

Hoje, os especialistas foram até o cais de arrimo de Altamira, juntamente com representantes de movimentos sociais e o procurador da República Cláudio Terre do Amaral, para marcar um ponto de cota 100 como referência para a continuidade do trabalho. A partir dele, o MPF pretende fazer um levantamento cadastral e mapear os imóveis inseridos abaixo de 100 metros, passíveis de inundação.

A referência para o trabalho dos especialistas é um marco geodésico que o IBGE implantou em Altamira no ano passado e foi homologado internacionalmente este ano. Um marco desse tipo define com exatidão a altitude e as coordenadas do ponto onde está instalado, emitindo sinais para aparelhos de GPS e servindo de referência para medição de altitude no terreno próximo.

O marco está localizado dentro do quartel do 51º Batalhão de Infantaria de Selva, precisamente na cota 186,26 e, a partir dele, os engenheiros da UFPA puderam determinar vários pontos em Altamira que estão na cota 100 ou abaixo e que poderão ser, em caso de construção de Belo Monte, alagados.

A soleira da Catedral da cidade, por exemplo, está localizada na cota 101,433. Já a Casa do Índio, em frente ao cais de arrimo da cidade, está na cota 99,052, e ficará, portando, passível de alagamento com a construção da barragem.

Veja as altitudes de alguns pontos de Altamira medidas

Soleira da Catedral do Sagrado Coração de Jesus: 101,433m

Cais de arrimo: 100,77m

Eletronorte: 100,725m

Casa do Índio: 99,052m

Ministério Público Federal no Pará
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

XINGÚ VIVO

Quilombolas pedem comprometimento

Sexta-feira, 24/09/2010, 07h40

Todos os segmentos da sociedade têm perspectivas em relação aos novos governantes para todas as áreas, sejam da educação, saúde, geração de renda, segurança pública, entre outras. Mas, quando se trata das áreas que serviram de refúgio dos negros africanos escravizados no Brasil e que abrigam os remanescentes dos escravos, as demandas são maiores, pois a dívida do poder público com os negros permanece alta, apesar de algumas conquistas.

Em Belém, desde anteontem, entidades da sociedade civil organizada se reúnem para debater e elaborar a Carta Compromisso com os quilombolas do Pará, documento que será entregue aos cinco candidatos ao governo do Estado e também aos concorrentes a senador e deputados federal e estadual. Os quilombolas querem o compromisso dos candidatos com a causa e a garantia de que as políticas públicas chegarão nas áreas dos quilombos.

A carta será elaborada hoje, no final do seminário Eleições e o compromisso com os quilombolas do Pará, organizado pela Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu), que reúne várias outras entidades civis organizadas. Além do Pará, todos os outros Estados brasileiros que abrigam comunidades quilombolas terão a mesma iniciativa, cobrando comprometimento dos candidatos nos Estados e à Presidência da República.

Até ontem, os candidatos do PSDB, Simão Jatene e Ana Júlia Carepa (PT) confirmaram que vão participar do evento, através de representantes que irão receber o documento dos quilombolas. O evento está sendo realizado no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na rua 28 de Setembro, Centro.

A principal reivindicação dos quilombolas em todo o País, de acordo com o coordenador da Malungu, José Carlos Galiza, é a titulação de suas terras. Apesar do Pará ser o Estado que está mais à frente nesta questão, mais da metade do território remanescente dos escravos ainda permanecem sem regularização em terras paraenses. No total, há catalogados no Pará 240 comunidades quilombolas, distribuídas pelas regiões nordeste, baixo-amazonas, baixo-tocantins, Marajó e região metropolitana. Um total de 46 comunidades quilombolas já dispõem de titulação, mas outras 50, já demarcadas, ainda aguardam a titulação.



SOBREVIVÊNCIA

Os quilombolas vivem da pesca, agricultura familiar e do extrativismo vegetal. A exemplo dos índios, como cita Galiza, eles concebem suas terras como um bem comum, que não podem ser divididas ou comercializadas, pois os territórios étnicos constituem um dos pilares de sua existência. “Índios, ribeirinhos e quilombolas são os grandes responsáveis por manter a floresta em pé na Amazônia. Eles dependem dela e de seus recursos naturais”, ressalta Galiza.

No entanto, além da titulação de terras, os quilombolas querem o compromisso dos novos governantes e parlamentares para assegurar que as políticas públicas cheguem até seus territórios. “A carta dos quilombolas vai constar os anseios históricos dessa população, que tem um alto índice de analfabetismo, muita dificuldade de acesso à saúde pública, carência em todos os setores”, afirma.

Para os quilombolas, as ações destinadas aos remanescentes de escravos têm que se tornar políticas públicas, se tornar lei e não apenas programas.

Atualmente, cita Galiza, a administração estadual criou uma coordenadoria para tratar da questão do negro, dentro da estrutura da Secretaria Estadual de Justiça. A coordenadoria absorveu o antigo programa Raízes, mas não consegue desenvolver nenhuma ação a contento por falta de recursos e autonomia, segundo os representantes das entidades presentes ao seminário.

Por isso, a segunda principal reivindicação dos quilombolas será a implantação de órgão específico para a gerir a política do negro, que tenha recurso assegurado no orçamento anual do Estado, além de autonomia administrativa.

Calcula-se que existam no Pará mais de 20 mil famílias quilombolas. Boa parte desses negros, segundo a Malungu, só teve acesso à educação até a quarta-série do ensino fundamental e a grande maioria permanece analfabeta. Os quilombos que dispõem de escolas só alcançam até o ensino fundamental. Quando precisam cursar da quinta-série em diante, eles são obrigados a sair dos quilombos.

Os quilombolas também reafirmarão na Carta Compromisso aos candidatos o apoio à política de cotas nas universidades públicas do Pará, mas deixando claro, que a principal luta neste momento é por acesso ao ensino fundamental completo em suas áreas, além de acesso também ao ensino médio e agro-técnico.

DEBATE

Entidades da sociedade civil organizada estão reunidas para debater e elaborar a Carta Compromisso com os quilombolas do Pará, documento que será entregue aos candidatos. (Diário do Pará)

Equipe da Amazônia Adventure presente na 12ª Adventure Sport Fair

Parte da equipe (Staff) da Amazônia Adventure composta pelos turismólogos Saulo Giordane, Alexandre Lúcio e o mascote Vitor Scheidt estão em São Paulo/SP desde a quinta-feira (23.09) participando da 12ª edição da Adventure Sport Fair – maior feira de esportes de aventura da América Latina que está acontecendo no Pavilhão Anhembi e vai até domingo dia 26.09 (Site: HTTP:// www.adventurefair.com.br).

Esta feira reúne as mais importantes empresas do segmento adventure que aproveitam para lançar novidades, tendências, novos produtos e se aproximar cada vez mais do público aventureiro que hoje em dia já virou estilo de vida para muitas pessoas que buscam emoção, aventura, novas experiências, saúde e bem estar aliado à qualidade de vida, estilo livre e contato direto com a natureza.

O objetivo do Staff de estar novamente na Feira é a de fazer novos contatos, visitação dos stands, participação em encontros de negócios, participação das palestras dos aventureiros, intercâmbio na troca de experiências com organizadores de eventos do Brasil, além de conhecer in loco lançamentos de novos produtos e equipamentos da linha adventure.

Saulo diz ser seu quinto ano consecutivo na Adventure Fair e que isso tem lhe trazido muita experiência e crescimento profissional o que reflete positivo nos eventos realizado em Rondônia a frente da Amazônia Adventure e Tribo do Mato. Este ano vim com o propósito de observar em detalhes a estrutura da Feira e convidar empresas e aventureiros para estar presente na nossa Feira de Turismo de Aventura “ADVENTURE NORTH FAIR – I Feira de Esportes, Turismo e Aventura da Região Norte” que será nos dias 14,15, 16 a 17 de Outubro no Colégio Objetivo em Porto Velho/RO.

No 1º dia isso já foi possível, acabamos nem pagando as entradas sendo prestigiado por um dos organizadores da Feira em nos ceder cortesias e nos saudar pela vinda. Fizemos também importantes contatos com o rondoniense e aventureiro Jorge Elage, andarilho, promotor de eventos e escritor do livro “Projeto Peregrino” que estará na Adventure North Fair (www.projetoperegrino.com.br), assim como os viajantes e aventureiros da Família Muller (www.familiamulleraventura.com.br), Wilson Miguel da ECOVENTURE construtor de Parks de Aventura por todo Brasil (www.ecoventure.com.br), Sérgio Laus recordista de surfar na Pororoca (www.aventurasdolaus.blogspot.com), Magno recordista de subir o Monte Roraima (www.roraima-brasil.com.br) entre outros aventureiros.

Acreditando no desenvolvimento do turismo e crescimento das atividades de aventura em Rondônia e na região norte estes jovens empreendedores não se cansam de buscar novas aventuras e divulgar o belíssimo trabalho realizado aqui em Rondônia para todo o Brasil.

Seca do Rio Negro prejuca 4 mil famílias ribeirinhas no Amazonas

Manaus (Amazonas) - O nível do rio Negro, um dos maiores afluentes do rio Amazonas e que banha a capital (Manaus), está a apenas 5,03 m da maior seca já registrada na história. Nesta sexta-feira, chegou à marca de 18,67 m. E se continuar baixando na mesma média diária, deve atingir a cota recorde em 20 dias. "Faz 7 dias que o rio (Negro) mantém uma média de 22 cm de baixa diária", diz o chefe do setor de hidrologia do Porto de Manaus, engenheiro Walderino Pereira.

A maior seca da história aconteceu em 1963, quando o rio chegou à cota de 13,64 m. O pior é que a tendência é de que o nível siga diminuindo até meados de novembro segundo o último boletim do Sistema de Proteção da Amazônia. A Defesa Civil do Amazonas confirmou que 11 municípios já anunciaram situação de emergência e enviaram pedidos de homologação oficial dos decretos para o governo do Estado.

A situação é ainda mais complicada no interior. Como não há estradas, os caminhos por água secaram e se tornaram um obstáculo quase intransponível para o caboclo levar para a produção agrícola a regiões onde o rio não secou. O rio Solimões é o que tem maior quantidade de municípios do entorno em situação preocupante. São sete em situação de emergência, entre os onze que já pediram ajuda oficialmente ao governo do Estado.

Pelo menos 3,8 mil famílias ribeirinhas de Manaus foram atingidas diretamente pela seca. A maioria formada por produtores rurais que não têm como escoar a produção agrícola. Na orla de Manaus, vários barcos e casas flutuantes que não foram removidos a tempo acabaram encalhando.

Não há dados oficiais sobre os prejuízos no setor primário, mas municípios da região do médio rio Solimões já anunciaram queda na produção de farinha, principal produto local. Segundo o prefeito de Uarini, Francisco Togo, a queda foi de aproximadamente 50%, o que deve afetar o preço do produto em Manaus.

A Defesa Civil estadual informou também que, até agora, nenhuma prefeitura registrou falta de remédios ou alimentos. Mas vários municípios já enfrentam problemas de atraso na chegada de combustível. Todo o óleo diesel que é queimado nas usinas geradoras de energia no interior é transportado de balsa. Com a seca, a navegação fica prejudicada e as grandes embarcações têm de diminuir a velocidade aumentando o tempo de viagem.

Por enquanto, especialistas em clima e tempo dizem que é cedo para prever as dimensões da seca deste ano. "A situação ainda deve continuar em degradação por mais alguns dias, mas no Peru o quadro de reversão já começou. Ou seja, voltou a chover e os rios retomaram a subida. Como leva tempo para isso chegar ao Brasil, eis a razão para precaução e para mantermos o atual quadro de alerta", explica o professor e pesquisador Naziano Filizola, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas.

Filizola se refere à seca que atingiu o Peru, nos afluentes do rio Solimões (Brasil) além da fronteira. O país vizinho, que também faz parte da grande bacia Amazônica, passa pela pior vazante dos últimos 40 anos. Diversos municípios ficaram isolados e tiveram problemas inclusive de abastecimento de produtos de primeira necessidade.